domingo, 19 de setembro de 2010

UM OLHAR, UM MOVIMENTO, UM MUNDO DE EMOÇÕES

Luz que ressalta meu olhar,
me faz ver sem precisar enxergar.

Jóias que brilham no corpo fazem ofuscar a jóia interior.

Dança perfeita é a dança da alma.

Olhar que atravessa o tempo,
faz dançar sem precisar parar.

Cabeça que procura o vazio,
Braços que contam histórias,
Ventre que desafia os homens,
Pernas que buscam o saber.

O feminino habita em minhas entranhas, porém se não o entender,
sua existência superficial ficará.

Hennas cobrem seus pés,
Anéis e pulseiras envolvem seu tornozelo e dedos,
Como é possível sentir somente com um olhar?

Dança do Ventre, antiga dança que desperta a alma das mulheres.

Sutilmente meu corpo toca a alma
e expressa os sentimentos mais profundos.

Ventre que nutre e cria vida,
Dance e mostre ao mundo sua força, sua esperança, sua mudança.

Mulheres, em sua essência são todas iguais,
mas nunca irá existir mais de uma mesma alma.

Brilho que encanta,
Corpo que dança,
Alma que canta.

(Nassih Sari)

SAGRADO COTIDIANO

Ela ostenta cabelos como uma coroa
e sua colcha de dormir como uma capa
é rainha guerreira de minhas noites
é princesa doce das minhas manhãs

cada precioso dia lhe é oferecido como tributo
a desperta o ar adornado por uma sinfonia de pássaros
a perfuma toda a terra exalando seu cheio fresco
todo o céu iluminado para refletir seus olhos

personificação e portadora de Ishtar
move os ciclos e fertiliza os campos
deusa de firme delicadeza
recria os dias com mágica temperança

ao seu lado reencontro as maravilhas
a sutileza de levar meus pés pelo caminho
a vontade de recriar o mundo
sendo seu rei, seu príncipe, seu poeta

domingo, 12 de setembro de 2010

O SAGRADO FEMININO


Guardo em mim
O sagrado feminino.
A Deusa escondida
Em sonhos da mulher.

Guardo a terra no céu,
E a Amante deitada em
Estrelas de cetim e papel.

Sou todos os arquétipos.
Sou a Mãe e a Amazona.
Sou aquela de quatro faces.
Sou a que reparte o
Pão e a paixão. Sou a paz
E também a intuição.

Guardo em mim
O sagrado feminino.
E tenho alecrim
Para curar a tua ferida.
Sou a natureza atrevida
Da terra e da lua.
Vestida, estou nua.
E nua, talvez eu seja tua.

Carrego o fogo
Eterno do saber.
Carrego o sabor,
Do segredo
Sou o portal,
Sou o caminho
Para o divino.
Sou a essência
Do próprio destino.

Dentro de mim,
O sagrado feminino.
A alma da Grande Deusa.
A beleza de ser
Uma mulher.

(Escrito por: Karla Bardanza)

CADA PEQUENA LUZ

Conta Galeano em seu O Livro dos Abraços.

"Um homem do povo Neguá, na costa da Colombia, pôde subir alto no céu.
Na volta contou. Disse que havia contemplado de lá de cima, a vida humana. E disse que somos um mar de foguinhos.
- O mundo é isto - revelou - um montão de gente, um mar de foguinhos. Cada pessoa brilha com uma luz própria entre todas as demais.
Não há dois fogos iguais. Há fogos grandes e fogos pequenos e fogos de todas as cores. Há gente de fogo sereno, que o vento nem se dá conta, e gente de fogo louco que enche o ar de chispas. Alguns fogos bobos, não iluminam nem queimam; mas outros ardem a vida com tanta paixão que não se pode olhar para eles sem piscar, e quem se aproxima se acende."

Uma mulher que se acende é mais que uma luz. É um arco-íris particular que oferece, incessante, a beleza de suas cores. Cada mulher que se descobre entrega ao mundo a força da fragilidade e da magia.

BUSCA

Nossas buscas, pró-curas, desocultações.
Nossos corpos e nossas emoções em movimento,
o espaço de nós e do outro.
Libertação.

SONHO DE MULHER


Ah mulher os sonhos morrem
mas a semente fica latente
é só regar
Ah mulher a única coisa real de cada aventura
é tudo o que você sentiu
é só olhar

Que lá no fundo de cada sorriso feliz verá algo
mais vivo do que o que possa nascer
mais sólido do que o que se possa construir
essência

então esta morte é uma transformação
uma aproximação ao sonho que renova o ciclo
e aquele ensaio anterior que foi e morreu
preparou palco e figurino
vai começar outro espetáculo.

Outra forma de ser da essência infinita
nos cenários da vida.
Porque esta essência de sonho.
este extrato poderoso
levou luz às estrelas
e segue brilhando lá em cima.

Essência de mim mesma
em várias personificações
interminável e urgente e a caminho
quixote de tantos moinhos
essência de sonho poderoso
que se eleva além de expectativas e palavras.

domingo, 5 de setembro de 2010

PATRÍCIA LIMA DANÇAS ORIENTAIS

Forjada nos intermeios das Minas Gerais à -19º lat. Oeste, 43º long. Sul, em um pacato bairro da cidade de Belo Horizonte, surgiu a Patrícia Lima Danças Orientais, partida da proposta de agregar à dança oriental clássica, elementos da dança contemporânea.

Com inspiração em grupos locais, como Corpo e Cia do Palácio das Artes – os quais carregam consigo aspectos regionais com o olhar da modernidade; a Patrícia Lima Danças Orientais desenvolve um repertório coreográfico delineado nos veios da “mineiridade”, transportando essa caracterísitica também, para a criação dos figurinos utilizando materiais rústicos e envelhecidos, juntamente à fitas e rendas.

Essa “mineiridade" não para por aí!

Pensando no bem estar de cada componente/bailarina, a Patrícia Lima Danças Orientais tem como fio condutor do seu trabalho, proporcionar o resgate do feminino através do auto-conhecimento corporal, aliado ao prazer de executar movimentos e técnicas específicas da dança do ventre, as quais beneficiam mente e corpo.

Cada qual, ao seu tempo, absorve os ensinamentos milenares dessa dança e tem a oportunidade de desenvolver em conjunto, movimentos que se transformam em sequências coreográficas, atentas às diferentes nuances das artes.

Mineiro é assim: devagar e sempre, uai!

Abraços, Patrícia Lima